Concursos e convites

Poemas classificados em concursos de nível nacional recebendo Certificado de Menção Honrosa e convites para fazerem parte de antologias.





Filho da terra

Poesia publicada na Antologia poética "Poetas Brasileiros de Hoje 1985", recebendo Menção Honrosa no "IV Concurso Raimundo Corrêa de Poesia", promovido pela Shogun Arte e Editora Ltda. do Rio de Janeiro.

É sol, é chuva
No campo todo dia
Os pássaros com alegria
Anunciam a madrugada chegar
E lá vai ele
De enxada nas costas
De pé no chão
Será que ele tem ilusão
Ou em seu coração
Mora a plantação
Sua maior preocupação?
e ele se alimenta
Para agüentar o duro dia
O sol é quente, a comida fria
Mas ele já está acostumado
Passa a mão na enxada
E vai capinar.
A terra que não é sua
Mas dela vem o pão
Uns miseráveis cruzeiros
Enquanto ganha milhões o patrão
E vem vindo o fim do dia
O sol se esconde
E com o sol, ele se recolhe
Volta pra casa janta e queixa
Que duro dia às vezes comenta
Com sua esposa doente
Que não tem tratamento
Porque não pode pagar
Assim não consegue melhorar...
Olha para seu filho
O vê dormindo como um anjo
"Esse vai ser alguém
Que me dará orgulho
Pois com meu suor
Ele há de estudar
E ser um doutor".
E assim cansado
Vai pra cama
Deita e dorme
Pois amanhã outro dia
Tudo vai recomeçar
A sua mãe terra vai cuidar
Enquanto que ele a terra
Nada pode mudar
A não ser produzir
Para que ele tenha trabalho
E um dinheiro possa vir.


Bibliografia

PASTRE, Antonio Carlos. Filho da Terra. In: Poetas Brasileiros de Hoje 1985. Rio de Janeiro: Shogun Editora e Arte Ltda., 1985. p. 13


Amar outra vez

Poesia convidada a participar da Antologia Escritores Brasileiros de Hoje II (Vol. V) em 1985.

Brigar
Sempre o lema
Investir em desacatos
E porque não sentir
Tudo o que queremos mostrar?

Deixar
Que tudo fale por nós
Esquecer que um dia...
Outro dia é outro dia
Vamos tentar.

E esperar
Que tudo se faça
Como nunca se fez
Vamos enfim mudar
Vamos amar outra vez.

Pois é fácil; basta tentar
Já sofri demais
E, quero no teu ombro
Descansar.

Pois o que existe entre nós não
É brincadeira
É amor traiçoeiro, mas
Por que não tentar?


O garoto maroto

Poesia que recebeu Menção honrosa no VII Concurso Nacional de Poesias, promovido pela Revista Brasília em julho de 1986.

Altos juros
Da inflação
Acabaram com a ilusão
Daquele pobre garoto
Maroto!
Que vendia chicletes
E como marionete
Se deixava viver.

Altos decretos
Do governo central
Baixaram as leis
Dos tais doutorais
Que chiclete no pais
Nunca e jamais.

Alta repercussão
O maroto perdeu a ilusão
Tornou-se trombadinha
Caiu na massa da sardinha
E de lá nunca mais saiu.

Altas penas
Ao pobre maroto
Que quis vender seu produto
Foi barrado, foi morto
Porque nunca o entenderam
Nem o ajudaram
Mas o levaram
A ser o que foi.

Nenhum comentário: